Nix ou Noite (em grego Νύξ, Nyx, “Noite”; em latim, Nox) é a deusa da noite.
Hesíodo afirma que a Noite é filha do Caos, sendo a segunda criatura, seguida de seus filhos Gaia, a mãe Terra, Tártaro, trevas abismais, Eros, o amor da criação e seu irmão gêmeo Érebo, a escuridão, a emergir do vazio. Dessas forças primordiais sobreveio o resto das divindades gregas.
Em sua Teogonia, Hesíodo também descreve a residência proibida da Noite:
Lá também está a melancólica casa da Noite;
Nuvens pálidas a envolvem na escuridão; Antes delas, Atlas se porta, ereto, e sobre sua cabeça, com seus braços incansáveis, sustenta firmemente o amplo céu, onde a Noite e o Dia cruzam um patamar de bronze e então aproximam-se um do outro.

“Há próximo dos cimerios, em um longo recesso, uma caverna, um monte cavo, a casa e os penetrais do indolente Somnus, onde nunca com seus raios, ou surgindo, ou no meio, ou caindo, Phoebos aproximar-se pode. Névoas misturadas com bruma exala a terra, e crepúsculos de duvidosa luz. Não a vigilante ave ali, com os cantos de seu crestado busto, evoca a Aurora, nem com sua voz os silêncios rompem solícitos os cães, ou o ganso mais sagaz que os cães. Nem as feras, nem os gados, nem movidas por um sopro os ramos ou seu som devolve a algazarra da língua humana. A muda Quies o habita. De uma rocha, ainda assim, funda, sai o riacho da água do Oblivio, a mercê do qual, com seu murmúrio deslizando, convida aos Somnia sua onda com seus crepitantes cascalhos. Ante as portas da cova fecundas papoulas florescem e inumeráveis ervas de cujo leite o estupor Nox colhe e o espalha húmida pelas opacas terras.” – Obídios, Metamorphóseis

Nix é a patrona das feiticeiras e bruxas, é a deusa dos segredos e mistérios noturnos, rainha dos astros da noite. Nix é cultuada por bruxas e feiticeiras, que acreditavam que ela dá fertilidade a terra para brotar ervas encantadas, e também se acreditava que Nix tem total controle sobre vida e morte, tanto de homens como de Deuses. Homero se refere a Nix com o epíteto “A domadora dos Homens e dos Deuses”, demonstrando como os outros Deuses respeitavam-na e temem esta poderosíssima deidade.

Nix, assim como Hades, possuem um capuz que a torna invisível a todos, assistindo assim ao universo sem ser notada. Foi Nix que colocou Hélio entre seus filhos (Hemera, Éter e Hespérides), quando os outros Titãs tentaram assassinar Hélio. Zeus tem um enorme respeito e temível pavor da Deusa da Noite, Nix.

Nix aparece ora como uma deusa benéfica que simboliza a beleza da noite (semelhante a Leto) e ora como cruel deidade Tartárea, que profere maldições e castiga com terror noturno. Nix é também uma Deusa da Morte, a primeira rainha do mundo das Trevas. Ela também tem dons proféticos, e foi ela quem criou a arma que Gaia entregou a Cronos para destronar Urano. Nix conhece o segredo da imortalidade dos Deuses podendo tirá-la e transformar um Deus em mortal, como ela fez com Cronos, após este ser destronado por Zeus.

Algumas vezes, a exemplo de Hades, cujo nome evitava-se de pronunciar, dão a Nix nomes gregos de Eufrone e Eulalia, isto é, Mãe do bom conselho.

Os filhos da Noite
“Noite pariu hediondo Lote, Sorte negra
e Morte, pariu Sono e pariu a grei de Sonhos.
A seguir Escárnio e Miséria cheia de dor.
Com nenhum conúbio divina pariu-os Noite trevosa.
As Hespérides que vigiam além do ínclito Oceano
belas maçãs de ouro e as árvores frutiferantes
pariu e as Partes e as Sortes que punem sem dó:
Fiandeira, Distributriz e Inflexível que aos mortais
tão logo nascidos dão os haveres de bem e de mal,
elas perseguem transgressões de homens e Deuses
e jamais repousam as Deusas da terrível cólera
até que dêem com o olho maligno naquele que erra.
Pariu ainda Nêmesis ruína dos perecíveis mortais
a Noite funérea. Depois pariu Engano e Amor
e Velhice funesta e pariu Éris de ânimo cruel.
Éris hedionda pariu Fadiga cheia de dor,
Olvido, Fome e Dores cheias de lágrimas,
Batalhas, Combates, Massacres e Homicídios,
Litígios, Mentiras, Falas e Disputas,
Desordem e Derrota conviventes uma da outra,
e Juramento, que aos sobreterrâneos homens
muito arruina quando alguém adrede perjura.”

Os filhos de Nyx eram a hierarquia em poder para os deuses, e sua maioria eram divindades que habitavam o mundo subterrâneo e representavam forças indomáveis e que nenhum outro Deus poderia conter. Tudo quanto havia de doloroso na vida dizia-se ser obra de Nix.
Hemera e as Hespérides nasceram para ajudar Nix a não se cansar, assim nasceu o ciclo diário, Hemera trás o dia (relaciona com Eos, a aurora, e Hélio, o Sol); as Hespérides trazem a tarde, (relaciona com Selene a lua) e Nix traz a absoluta Noite, todas estas deidades em conjunto conduzem a dança das Horas; complementando estes ciclos temos outros Deuses de outras linhagens, como as Horas que representam ciclos mensais e anuais; Leto e Hécate que recebem o legado de Nix como deidade da noite. As Moiras, filhas de Nix (Cloto, Laquesis e Átropos), são outra continuidade dos poderes gigantescos de Nix do negro véu.

Quase todos os povos da antiguidade viam Nýx ora com um manto volante recamado de estrelas por cima de sua cabeça e archote derrubado, ora representavam-na como uma mulher nua, com longas asas de morcego e um fanal na mão. Representam-na também coroada de papoulas e envolta num grande manto negro estrelado.

Na mitologia grega a papoula era relacionada à Hýpnos, o deus do sono e filho de Nýx que a tinha como planta favorita e, por isso, era representado com os frutos desta planta na mão. Há também uma relação entre a papoula e a deusa Nýx.

Às vezes Nýx percorre o céu num carro puxado por quatro cavalos negros ou por dois mochos, coberta por um vasto manto semeado de estrelas, com uma lua minguante na testa ou como brincos e sempre acompanhada das Kéres.

Muito freqüentemente colocam-na no mundo subterrâneo, entre Hýpnos e Thánatos, seus dois filhos. Algumas vezes um menino precede-a, empunhando uma tocha, símbolo do crepúsculo. Os romanos representavam-na ociosa e sempre adormecida. É muito rica em todas as potencialidades de existência, mas entrar em Nýx é regressar ao indeterminado, onde se misturam pesadelos, íncubos, súcubos e monstros. Símbolos do inconsciente, por isso é no sono noturno que estes se liberam.

Alguns trechos que a menciona na literatura:
“E além, da sombria Gaía e do negro Tártaros, de Póntos estéril e de Ouranós estrelado, estão alinhados os mananciais e os limites, horrendos infectos e detestados pelos próprios Deuses. É um abismo enorme, e durante todo um ano não chegaria ao seu fundo quem transpusesse suas portas, senão que seria levando daqui para ali por uma impetuosa tempestade, atroz e até para os Deuses imortais é horrível esse abismo monstruoso, e além se ergue a morada horrível da negra Nýx, toda coberta de sombrias nuvens. Na entrada o filho de Iapetós, em pé, sustenta o amplo Ouranós com sua cabeça e com suas mãos infatigáveis, e cheio de vigor. E Nýx e Heméra dão uma volta ao redor, chamando uma a outra e transpondo alternativamente o umbral de bronze. E uma entra e a outra sai, e jamais esse lugar encerra de uma vez a ambas, senão que sempre, quando uma esta fora e se move sobre a terra, a outra volta, aguardando que chegue à hora da partida. E Heméra tráz a luz penetrante aos homens terrestres; e levando em suas mãos a Hýpnos, irmão de Thánatos, vem por sua vez a perigosa Nýx, envolta em uma nuvem negra, porque ali é onde habitam os filhos da escura Nýx, Hýpnos e Thánatos, Deuses terríveis.” – Hesíodos, Theogonía 744.

“E agora a brilhante luz de Hélios mergulha no Ôkeanós arrastando a negra Nýx por toda a terra doadora de grãos”. – Hómêros, Iliada 8.

“Do outro lado [do Elýsios] nas lentas correntezas da tenebrosa Nýx diante de uma tristeza infinita.” – Píndaros, Fragmento 129.

“Nýx de véu negro-azulado.” – Bakkhylídês, Fragmento 25.

“Negro-azulada Nýx adornada de muitos olhos.” – Lírico Grego V, Fragmento Anônimo 931.

“As líderes do coro das Hesperídes levando sua carruagem puxada por dois cavalos ao longo do caminho da noite para o novo ponto da viragem, onde Nýx passa pelo esplendor da luz trazendo o ar oriental, e ela traz a luz do dia, voando sobre a enevoada onda, um guia para os marinheiros… Nýx florescida de dourado.” – Lírico Grego Anônimo V, Fragmento 1023.

“[Os gregos comemoram a queda de Troía, capturado durante a noite usando astúcia:] Salve, soberano (basileús) Zeús, e você gentil (philía) Nýx, vós que nos deram grande glória, vós, que lançaram o seu laço de malha em cima das muralhas erguidas de Troía.” – Aischýlos, Agamemnón 355.

“A carruagem de Nýx está correndo com a escuridão”. – Aiskhýlos, Khoêphóres 660.

“Quando Nýx vestida de esplendor (poikileimôn) deve o seu véu brilhante [Hélios].” – Aiskhýlos, Promethéas Desmótês 23.

“No oeste, esta a taça forjada por Hephaístos, a taça de teu pai [Hélios], na qual ele cruza rapidamente o poderoso fluxo alagado que cinge a terra [isto é Ôkeanós], fugindo da escuridão da sagrada Nýx de negros corcéis”. – Aiskhýlos, Fragmento 33 Heliádes. [NB À noite, o deus-sol, Hélios, navegava de volta para o seu lar crescente no leste em uma taça de ouro.]

“E era um desenho tecido no pano, Ouranós organizando as Ástra no redondo céu: Hélios em seu carro, conduzindo para baixo sua última chama, desenhado depois dele Hésperos; Nýx em seu manto negro conduzindo um único par, com as Ástra seguindo logo atrás, as Plêiades no meio do caminho, e o guerreiro Oríôn, enquanto que acima estava Arkturos acenando sua cauda dourada.” – Euripídês, Íon 1150.

“Oh! Tu divina Nýx! Quão lentamente tua carruagem segue seu caminho através da abóbada estrelada, através dos reinos sagrados do Aithér e do poderoso Olýmpos.” – Aristophánês, Thesmophoriazousai 1075.

“Estava anoitecendo. Saindo a oeste, além das colinas mais distantes da Aithiopía, Hélios, o Sol, estava afundando sob a escuridão do mundo. Nýx mobilizava sua equipe [de cavalos].” – Apollónios Rhódios, Argonautikás 3. 1192.

“Nýx lançou sua sombra sobre o mundo.” – Apollónios Rhódios, Argonautikás 3. 742.

“Ele [o rio Rhônê do Norte da Európê] sobe na extremidade do mundo, pelos portões e tribunais de Nýx, e flui em três riachos, um dos quais desemboca nas margens do Okeanós, outro no mar Iónios.” – Apollónios Rhódios, Argonautikás 4. 627.

“Nýx com seu gentil banimento das atividades do homem desceu sobre a companhia. Ela colocou o mundo para dormir.” – Apollónios Rhódios, Argonautikás 4. 1057.

“O Celestial feixe de Eós perseguindo a negra Nýx pelo céu.” – Apollónios Rhódios, Argonautikás 4. 1170.

“O altar, até mesmo além de qualquer outra coisa, possui a antiga Nýx, chorando a desgraça dos homens, foi definido para ser um sinal poderoso da tempestade no mar. Para os navios com dificuldade, com dor em seu coração, e outros sinais em outros quadrantes, ela acende em tristeza para os marinheiros, no mar golpeado pela tempestade. Portanto te digo para orar, quando em mar aberto, para que essa constelação envolta em nuvens não apareça entre as outras que estão no céu, desanuviando e resplandecendo, mas depositada acima, entre nuvens de fumaça, como muitas vezes ela é cercada quando o vento do outono as conduz de volta, para que assim, por muitas vezes, a própria Nýx revele estes sinais, também, para que o vento Sul, em sua bondade para com os marinheiros trabalhadores. Caso eles acatem seus favorecidos sinais… Nýx acende como sinais de tempestade sobre o brilhante Altar.” – Aratus, Phaenomena 405.

“Em uma noite clara, quando Nýx nos céus mostra aos homens todas as suas estrelas em seu brilho e nenhuma estrela é gerada levemente brilhante no meio do mês lunar.” – Aratus, Phaenomena 46.

“Todas as Ástra rodam no ar por Nýx.” – Aratus, Phaenomena 752.

“Assim quando ela [Eós] chorou [depois da morte do seu filho Mêmnón], as lágrimas escorreram pelo seu rosto imortal, como um rio transbordante e disse: encharcada foi à escura terra ao redor da Córsega. Nýx abateu sobre sua angustiada filha [Eós, foi identificada com Heméra], e Ouranós atraiu sobre todas as suas Ástra um véu de neblina e nuvem, de amor por Erigéneia (a dama da luz).” – Koíntos Smyrnaíos, Queda de Troía 2.549.

“Em seguida, Hélios mergulhou se pondo no fluxo de Ôkeanós, e Nýx de negro véu, veio flutuando por cima do amplo firmamento, e trouxe a benção de Hýpnos para os infelizes mortais.” – Koíntos Smyrnaíos, Queda de Troía 3.656.

“Nýx se elevou do amplo Ôkeanós, inundando toda a terra com a escuridão e trazendo aos homens a libertação da labuta.” – Koíntos Smyrnaíos, Queda de Troía 10. 435.

“Rósea Eós, lançou de volta a gentil Nýx para o Érebos.” – Koíntos Smyrnaíos, Queda de Troía 12. 417.

“Em seguida, Eós de trono dourado subiu de Ôkeanós para Ouranós; e Nýx afundou no Kháos.” – Koíntos Smyrnaíos, Queda de 14. 1.

“[A partir de uma descrição de uma pintura grega antiga que representa a queda de Phaéthôn:] Em sua paixão por conduzir este filho de Hélios [Phaéthôn] aventurou-se a montar o carro de seu pai, mas porque ele não soube manter a rédea firme ele veio a sofrer e cair no Eridanos… Veja! Nýx está conduzindo Heméra pelo céu do meio-dia, e o orbe do sol mergulha em direção à terra atraindo em seu comboio Ástera. As Hórai abandonaram seus postos nas portas e fugiram para a escuridão que sobe ao encontro delas.” – Philóstratos o velho, Imagens 1. 11

“[A partir da descrição de uma pintura grega antiga retratando o funeral de Mémnôn:] Quanto aos espíritos do céu (daímones meteôroi), Eós lamenta a Hélios por seu filho [Mémnôn] quando este foi abatido e implora a Nýx para surgir prematuramente e bloquear o exército hostil, para que ela pudesse ser capaz de roubar seu filho, sem dúvida, com o consentimento de Zeús. E veja! Mémnôn foi roubado e está à beira da pintura.” – Philóstratos, o velho, Imagens 1. 7.

“[A partir da descrição de uma pintura grega antiga do infante Heraklés lutando com as serpentes:] Nýx igualmente, no tempo em que esses eventos ocorreram, é representada em forma humana, ela está derramando uma luz sobre si mesma, com uma tocha na qual a façanha da criança não carecendo de uma testemunha.” – Philóstratos, o jovem, Imagens 5.

“Orvalhada Nox na praia das Hesperídes atingiu seu objetivo [atravessar o céu com o amanhecer].” – Obídios, Metamorphoseis 2. 142.

“Nox enfoca: uma guirlanda de papoulas sobre sua calma testa, negros Somnia [Óneiroi] em seu encalço.” – Obídios, Phasti 4. 661.

“À noite, a deusa Nox mata a ave de crista para despertar no dia quente com o seu clamor.” – Obídios, Fasti 1. 455

“Escassas Astra ainda brilham tardias no céu curvo. Nox ajunta seus fogos dispersos: a luz venceu. Phosphoros recolhe sua tropa.” – Seneca, Hercules Furioso 125.

“Observando Nox interromper seu vagaroso carro” – Valerius Flaccus, Argonautica 3. 210.

“Junto, a ansiada Nox traz sombras e estrelas.” – Valerius Flaccus, Argonautica 6. 752.

“Já o Pavor cai nas greis e estábulos; sepulcros atroam. Mais lenta se pasma a umbrosa Nox.” – Valerius Flaccus, Argonautica 7. 392.

“Apenas pus na região de Dies as plantas, quando o mundo alvoroçado, o Sol, que, então, claro amanhecia, vindo de um ponto, privado de sua luz; a negra Nox, que do Sol fugia, voltado para trás com peito ousado, cheia de admiração, embora contente, olhando estive o Sol como cara isenta” – Statius, Thebaida 1. 97.

“Com vivos ares, do alegre solo, o rosto sereno e mover apressado, com o silêncio de Luna, o vôo, pelo meio, do preguiçoso Artur: Cheio de esquecimento e sem nenhum receio encontrou com o poderoso Somnus, deitado frouxamente no negro carro, levava os cavalos da negra Nox” – Statius, Thebaida 2. 59.

“Já ao ocidente o Sol se retirava, e de Nox o úmido vestido, suas sombras na terra derramava, molhadas nas águas de Oblivios; quando, já que das selvas se aproximava, escutou o calidonio algum ruído de armas que entre as árvores aparecem, e ao raio de Luna resplandescem” – Statius, Thebaida 2. 527.

“Sob o reino ocidental de Nox, seu curso já virou, e as estrelas já se fixaram, tão logo a poderosa Têthýs tinha impelido o tardio Hyperíôn [Helios] do mar do Leste.” – Statius, Thebaida 3. 33.

“Nox veio, e colocado para descansar as preocupações dos homens e a ronda de animais selvagens, e envolvendo os céus em sua escura mortalha, chegando a todos com gentil influência.” – Statius, Thebaida 3. 406.

“Nox, que abraças em tuas sombras frias do céu e da terra as fadigas, que com ligeiro movimento guias vagas estrelas, amigas da inquietude, e aos mortais teu repouso envias ,alivio em suas angustias inimigas, na medida em que o seu dourado carro leva, fugindo o Sol do teu negro carro. Nox, a cuja divindade estão sujeitos os mistérios do soberano Apollo, que esclarece os ephetoi de seu enigma, e pões fé em sua voz, buscada em vão; tu que do antigo fado, os segredos que não pude alcançar, o gênio humano sozinho descobres, antes de que afastes teus augúrios confirme e não me deixes.” – Statius, Thebaid 1. 497.

“E Nýx, descansa de seu labor após a jornada do sol, atenuando o Sono (Hýpnos) e trazendo o início da errante manhã, e abrindo as duas portas dos Sonhos (Óneiroi).” – Kolloúthos, Rapto de Helénê 319.

“Phaéthôn [Hélios] tinha deixado o convexo céu, e virado o carro em direção a criação: a silenciosa Nýx saltou da terra para o ar como um amplo cone, e envolveu o céu sobre seu manto estrelado brilhando sob o firmamento.” – Nónnos, Dionysiakás 2. 163.

“[Zeús] resolveu copular no divã noturno de Semélê, e virou seus olhos para o oeste, para ver quando o doce Hésperos viria…: Diga-me, lenta Nýx, quando a invejosa Eós irá se pôr? É tempo agora de você levantar sua tocha e levar Zeús para seu amor, venha agora, mostrando a iluminação daquele que surgirá a noite, Lykaíos [Dionýsos]” – Nónnos, Dionysiakás 7. 280.

“Silenciosa Nýx envolve o oeste em sua própria cor, e marca o céu através de seu próprio manto estrelado.” – Nónnos, Dionysiakás 18. 160.

“tranquila Nyx cobre toda a Terra em seus tons escuros.” – Nónnos, Dionysiakás 25. 570.

“Ela [a feiticeira Kírkê]… distante de Erebus e Chaos, chamou Nox (noite) e os Nocti Di (Deuses da Noite) e despejou uma oração com prolongados gritos lamentosos a Hecate.” – Ovidius, Metamorphoseis.

“[Medeia] voltou seus passos para seu fluxo natural [o rio Phasis], e começa seu inútil sacrifício para a tenebrosa Nox.” – Valerius Flaccus, Argonautica 5. 396

Dos cultos á Nyx
Segundo Pausânias, Nix tinha um oráculo na acrópole de Mégara. Além disso, ela aparece em segundo plano em outros cultos. Havia uma estátua de Nix no templo de Ártemis em Éfeso e os espartanos tinham um culto de Hipnos e Tânatos, concebidos como gêmeos filhos de Nix. Títulos relativos à noite eram usados também por outros deuses, como Dioniso Nictélio (“Noturno”) e Afrodite Filopânix” (“que ama toda a noite”).

“Quando subiu a cidadela [de Megara], que ainda nos dias de hoje é chamado de Karia por Kar, filho de Phoroneus, você vê um templo de Dionýsos Nyktelios (noturno), um santuário construído para Aphrodítê Epistrophia (Ela, que transforma os homens para o amor), um oráculo nomeado para Nýx e um templo de Zeús Konios (árido), sem um teto. A imagem de Asklepiós e também a de Hygeía foram feitas por Bryaxis. Aqui também está o que é chamado de a Câmara de Deméter, construído, dizem, por Kar quando ele era rei.” – Pausanías, Descrição da Grécia 1. 40. 6.

“09 de maio, Lemuria Nefastus. Seu antigo rito será realizado, Nox Lemuria; aqui serão feitas oferendas aos mudos mortos.” – Obídios, Phasti 5. 421

“Oh Nox… Nunca deverá esta casa ao longo dos períodos circulares do ano deixar de exaltar-te em honra e em adoração; touros negros pela beleza escolhidos deverá pagar-te em sacrifício [animais negros eram sacrificados aos deuses infernais], ó deusa! E Vulcanus [Hephaístos] teu fogo deve comer as entranhas, onde lustrais os fluxos do leite novo.” – Statius, Thebaida 1. 497

Hinos á Nyx:
Hino Órfico 3 à Nyx – fumigação com tochas:
Nyx, deusa mãe ancestral, fonte de doce repouso de quem no princípio tanto Deuses quanto homens surgiram. Ouça, abençoada Cípris [Afrodite], coberta de luz estrelar, no profundo silêncio do sono habitando a noite de ébano! Os Sonhos (Oneiroi) e a suave tranquilidade atendem a teu comboio crepuscular, satisfeitos com a extensa escuridão e o deleitoso deslocamento, dissolvendo o cuidado ansioso; a amiga da alegria, de escuros corcéis cavalgando em torno da terra. Deusa dos vultos e dos jogos sombrios, cujo poder letárgico divide o dia natural; pelo decreto do destino tu constantemente envias a luz ao mais profundo [reindo de] Hades, distante da vista mortal; pois a terrível necessidade (anankê), a qual nada resiste, investe o mundo com tiras inquebráveis. Esteja presente, Deusa, à prece do teu suplicante, desejada por todos, a quem tudo semelhante reverencia; abençoada, benevolente, com amistoso auxílio dissipas os medos da penumbra aterrorizante do crepúsculo.
(tradução de Alexandra a partir do inglês de Taylor)

Hino Órfico à Noite:
Vou cantar a mãe dos deuses e dos homens,
a noite origem de tudo, a quem também chamamos Cípris.
Escuta-me, ó deusa bem-aventurada, dum azul cintilante,
brilhante de estrelas, que rejubilas com a paz
e a tranqüilidade do sono profundo,
ó felicidade, ó encantamento, ó veladora noturna,
mãe dos sonhos, que dissipas os cuidados, tu que trazes
o doce repouso das fadigas, que prodigalizas o sono,
amiga de todos, que conduzes os cavalos,
estrela noturna, ó inacabada,
alternância da terra e do céu, ó arredondada,
que danças com as perseguições através dos ares,
tu que expulsas a luz das regiões infernais
e foges de novo para o Hades. A terrível
necessidade tudo governa. Ó bem-aventurada Noite,
noite felicíssima, desejada por todos,
ó bem-vinda, ao escutar agora a minha voz suplicante,
possas tu, benévola, expulsar os terrores
que brilham nas trevas.
(tradução de Albano Martins, enviada por Antonio)

Hino Órfico à Noite
Cantarei a criadora dos homens e deuses – cantarei a Noite.
Noite, fonte universal.
Ó forte divindade ardendo com as estrelas. Sol negro,
invadida pela paz e o tranquilo e múltiplo sono,
ó Felicidade e Encantamento, Rainha das vigílias, Mãe do sonho,
e Consoladora, onde as misérias repousam as campânulas de sangue,
ó Embaladora, Cavaleira, Luz Negra, Amiga Geral,
ó Incompleta, alternadamente terrestre e celeste,
ó Arredondada no meio das forças tenebrosas,
leve afastando a luz da casa dos mortos e de novo te afastando tu própria.
A terrível Fatalidade é a mãe de todas as coisas,
ó Noite Maravilhosa, Constelação Calma, Ternura Secreta do Tempo,
escuta, ó Indulgente Antiga, a imploração terrena,
e aparece com teu rosto obscuro e lento no meio dos vivos terrores do mundo.
(versão de Herberto Hélder)

Hino a Nyx:
Cantarei à genitora dos homens e dos deuses, cantarei a Nyx.
A Noite é a fonte do universo e a chamamos, também. Cipris.
Fartai-nos, oh! Feliz divindade, de estrelas coruscantes,
Oh! Sol Negro,
Que frui a paz e o calmo e múltiplo sono,
Oh! Felicidade, oh! Sortilégio, oh! Rainha das vigílias, oh!
Mãe dos sonhos,
Oh! Consoladora, oh! Tu que dás repouso a todas as misérias,
Oh! Sonífera, Cavaleira, Luz Negra, Amiga Universal,
Oh! Inacabada, oh! Terrestre e Celeste,
Oh! Arredondada, oh! Tu que lidas com os impulsos tenebrosos,
Tu que afastas a luz dos mortos e te escondes com eles.
A terrível fatalidade é a senhora de todas as coisas,
Oh! Feliz Noite, oh! Milhão de Felicidades, oh! Ternura Universal,
Escutando a voz súplice que te implora, oh! Indulgente,
Possas afastar os terrores que luzem nas sombras
E nos surgir benevolente.
(tradutor desconhecido, enviado por Antonio)

Fontes:
Wikipédia.
Helenos.
Universo Grego Blog.
Teogonia